quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Fotos para Belas Artes







FOTO DE ADRIANA CERQUEIRA, ANTÔNIO CARLOS GOMES,
JULIANO MARQUES, TAUANI SANTOS, alunos da Escola de Belas UFBA, 
Profº Edgar Oliva, disciplina Fotografia II

Depois publicarei mais informações sobre este trabalho que tanto gostei de fazer.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

As canetas de Roberto Carlos

Não é nenhuma novidade nem surpresa a rapidez como as coisas acontecem na internet. Todos os dias, ao entrarmos nesse universo, somos tomados por informações e "febres" que se proliferam velozmente e depois acabam na mesma rapidez. Hoje é um dia em que uma simples foto causou furor no facebook. Me refiro a uma imagem do cantor Roberto Carlos vestindo bermuda e portanto, expondo a prótese que utiliza na perna direita, consequência de uma amputação causada por um acidente com um trem quando era menino.

Se observarmos esta imagem que publico aqui, veremos a quantidade absurda de mais de 3.000 compatilhamentos da foto somente nesta rede social. O que me motiva a escrever sobre isso no blog não é nehuma crítica ou julgamento pela euforia causada por uma simples imagem. É tentar refletir o porque disso acontecer. A deficiência de Roberto Carlos não é assunto novo, nem tampouco ele tenha tentado escondê-la durante toda sua carreira. Inclusive, eu admirava muito o fato dele ser o maior ídolo da música brasileira, tendo uma deficiência e não ser referenciado por isso. Ao contrário de outros tantos artistas e atletas que não conseguem largar este estigma da deficiência e superação. O simples fato de RC nunca ter mostrado as próteses me parece fato normal. Eu também não saio por aí com as canetinhas de fora e nem por isso é recalque, vergonha, complexo. O que aconteceu hoje mostra que ele poderia estar certo, porque as pessoas se ligam numa coisa sem sentido, jogaram a atenção toda para uma perna mecânica, fora os comentários ridículos, como este primeiro onde a fã diz "Tadinho.... amo ele!". Tadinho por que? Outra diz "que sirva de exemplo de superação" e por aí vai. Ele está superando o que ali?

Me pergunto constantemente: o que essas pessoas têm na cabeça? O que pensam? Qual a importância disso? Não são perguntas de revolta, viu? Quero deixar claro porque sei que sou brigão e às vezes o tom fica de briga, mas aqui é simplesmente não entender mesmo. Repito: qual a importância disso?

Ele deixou de ser o Rei? Suas músicas deixam de ter a importância que têm? Se cria uma fissura em sua imagem porque mostra uma prótese que todo mundo já sabia que existia? Há quem prefira acreditar que é uma foto fake. Para mim, pouco importa. Se é montagem, se não é... "se chorei ou se sorri"... se ele usa bermuda, calça, calção, cueca. Se alguém gosta de mulher ou homem. Se usa tatuagem, piercing, cabelo azul. Cada um é cada um e sosmos iguais justamente porque somos tão diferentes.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Christine Greiner - entrevista O Corpo Perturbador



Tive o prazer de encontrar Christine Greiner no II Seminário de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Dança, da Escola de Dança da UFBa. Todos da área sabem da importância das pesquisas de Greiner para a Dança e é uma honra tê-la aqui.

Nosso encontro aconteceu, justamente, um dia antes do resultado da seleção do mestrado em que fui aprovado. Christine Greiner e Helena Katz desenvolveram a teoria "corpomidia" que trata da relação do corpo e ambiente, do corpo como midia de si mesmo. Assunto obrigatório para os estudantes-pesquisadores em Dança. Eu havia lido há pouco tempo seu livro "O Corpo, pistas para estudos indisciplinares", para as provas do mestrado.

Neste depoimento, ela fala sobre o que não consegue mudar, sobre quem fala sempre as mesmas coisas e sobre o corpo que chega e provoca alguma transformação. E tem tudo a ver com este meu momento. O mestrado será transformador, provocará enormes mudanças a partir das discussões e questões que surgirão durante todo o tempo em que estiver imerso nas pesquisas.

Meu projeto será sobre as políticas públicas para inclusão no campo da cultura e suas implicações nas práticas artíticas e no entendimento da Dança com pessoas com deficiência. Muito o que aprender, pesquisar, ler, trabalhar.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Björk - Venus As A Boy



his wicked sense of humour
suggests exciting sex
his fingers focus on her
touches, he´s venus as a boy

he believes in beauty
he´s venus as a boy
he´s exploring
the taste of her
arousal
so accurate
he sets off
the beauty in her

he´s venus as a boy

he believes in beauty

he´s venus as a boy

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Comemorar mesmo o que?

NAÇÕES UNIDAS - DIA INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - 03 de Dezembro
Mensagem de Ban Ki-moon - Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência
Tema: "Juntos por um Mundo Melhor: Incluindo Pessoas com Deficiência no Desenvolvimento"
Tradução: Romeu Kazumi Sassaki

Passaram-se 30 anos após as Nações Unidas comemorarem pela primeira vez o Ano Internacional das Pessoas com Deficiência, então focando o tema "Participação Plena e Igualdade". Durante este lapso, foram alcançados notáveis avanços na tarefa de divulgar os direitos das pessoas com deficiência e fortalecer o marco normativo internacional para a realização destes direitos, desde o Programa de Ação Mundial para as Pessoas Deficientes (1982) até a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006).

Cada vez mais países se comprometem a proteger e promover os direitos das pessoas com deficiência. Não obstante, muitas tarefas permanecem pendentes. As pessoas com deficiência apresentam os índices mais altos de pobreza e de privações; e a probabilidade de que não tenham atendimento médico é duas vezes maior. Os índices de emprego das pessoas com deficiência em alguns países chegam a apenas um terço dos da população geral. Nos países em desenvolvimento, a diferença entre os índices de frequência à escola primária das crianças com deficiência e os de outras crianças se situa entre 10% e 60%.

Essa exclusão multidimensional representa um altíssimo custo, não apenas para as pessoas com deficiência, mas também para toda a sociedade. Este ano, a celebração do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência nos relembra que o desenvolvimento só poderá ser duradouro se for equitativo, includente e acessível para todos. É, portanto, necessário que as pessoas com deficiência estejam incluídas em todas as etapas dos processos de desenvolvimento, desde o início até as etapas de supervisão e avaliação.Corrigir as atitudes negativas, a falta de serviços e o precário acesso a eles, e superar outros obstáculos sociais, econômicos e culturais, redundarão em benefício de toda a sociedade.

Neste Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, faço um apelo aos governos, à sociedade civil e à comunidade internacional para que trabalhem em benefício das pessoas com deficiência e colaborem com elas, lado a lado, a fim de alcançarem o desenvolvimento includente, sustentável e equitativo em todo o mundo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Maria Duschenes



A mestra, coreógrafa e dançarina Maria Duschenes foi discípula de Laban e uma das responsáveis pela difusão deste método no país. Húngara de nascimento, em 1940 veio ao Brasil fugindo da 2ª Guerra Mundial. Aos 22 anos adquiriu poliomielite que a deixou com sequelas. Com a limitação dos movimentos dedicou-se à coreografia e às aulas de dança a educadores, psicólogos, dançarinos, coreógrafos e atores.

Hoje, ao acordar, liguei a tv para espantar o sono. Recebi este presente da TV SESC que apresentava o documentário "Maria Duschenes, o Espaço do Movimento", de Inês Bogéa e Sergio Roizenblit.

Maria Duschenes
Por Inês Bogéa (in: Maria Duschenes - o Espaço do Movimento).

"Maria Duschenes pôs sua arte e suas idéias a serviço da dança do Brasil. Ela faz parte de uma turma de estrangeiros que chegou ao país no entre guerras, com idéias novas e informações para partilhar, gerando um movimento de transformação da dança local. "Com a dança a gente fala com o mundo", gostava de dizer.

Duschenes introduziu no Brasil os métodos de Emile Jaques Dalcroze (1865-1950) e Rudolf Laban (1879-1950), tecendo fios que adensaram o meio artístico, inter-relacionando as artes e acentuando sempre a ligação do corpo com o intelecto. A afirmação de uma técnica que coloca a dança à disposição de todos, o abandono de formas fixas e corpos padronizados, e o entendimento de que o corpo é fundamental nas atividades intelectuais fazem da presença de Duschenes um verdadeiro pólo transformador da dança paulista. Tudo isso feito singelamente, decantando o tempo da educação, à espera da resposta, do olhar, da cumplicidade e parceria do outro para se fortalecer no mundo.

Baseada no princípio holístico da unidade corpo/espírito, ela introduziu uma dimensão psicológica em suas técnicas somáticas. Como diz: "A dança em si, isoladamente, não é suficiente como fator de integração entre corpo e mente e recuperação da identidade, pois a linguagem não-verbal constitui só uma parte de nossas linguagens. Porém, ela serve de ponte de ligação, integrando os movimentos do corpo e sua linguagem às outras linguagens verbais, escritas, visuais, etc.".

Duschenes partilhava, com seus mestres, do conceito de que a dança não deveria ser propriamente um trabalho em busca de perfeição, mas sim uma interrogação do espaço, de sua estrutura e suas possibilidades. Relutava, assim, em produzir uma formalização marcada dos gestos, mais interessada nas diferenças e identidades que podem surgir de cada um. Para ela, a expressão corporal pode ser tanto um meio de preparação do corpo do artista cênico, ampliando sua capacidade de entendimento e expressão, quanto uma prática comum a todos, com a finalidade da percepção individual.

Uma grande professora, chamada carinhosamente por seus alunos, até hoje, de Dona Maria, procurou trabalhar com as pessoas por meio da dança e não apenas para a dança. Ou seja, dança e movimento como formas de reconhecer o espaço e de harmonizar a personalidade subjetiva interna e a personalidade externa, física. É uma relação que permeia a dança moderna praticamente como um todo: o corpo é um instrumento de expressão e se apresenta numa relação complexa entre interior e exterior.

A dança, dessa perspectiva, pode religar as pessoas, levando a uma integração do homem num sentido quase cósmico. Em suas palavras, "a dança tem uma qualidade primordial: ela é direta, obriga a um contato imediato, você trabalha e atua sobre o seu próprio corpo sem poder adiar nada. Não se pode ser preguiçoso, nem no corpo, nem nas idéias, quando se está dançando. É possível, por meio da dança, causar uma síntese, provocando uma experiência muito profunda em relação à vida".

Com sua doçura, contenção e senso de equilíbrio, Dona Maria resgatou para muitos certa qualidade de experiência corporal concreta, refinando as matrizes do gesto, resistindo às rupturas e descontinuidades entre os diferentes setores da vida. Deu corpo a muitas facetas da vida diária, ora acentuando o lado mais expansivo das relações, ora sublinhando o recolhimento necessário."

Dança Coral "... no Brasil segundo os preceitos que aprendeu com Laban em Dartington. Uma proposta democrática, que quer tornar a dança acessível a todos: "para participar de uma dança coral não é preciso ser bailarino e nem mesmo ter experiências anteriores disciplinadas. Cada participante contribui com suas próprias características. Mesmo se uma contribuição for limitada, ela é relevante para a composição de um todo. O resultado final será a combinação de todas as características individuais, num arranjo de possibilidades quase infinito. E, além disso, não é preciso que esse resultado chegue ao palco. A dança coral interessa, sobretudo, a quem a pratica constantemente".

Algumas danças corais foram marcantes na carreira da Dona Maria. Entre elas, O Navio da Noite (1989), realizado no Centro Cultural São Paulo como parte das comemorações de 110 anos de Laban, Origens I (1990), que reuniu 150 pessoas no palco do Teatro Municipal, e Origens II (1991), quando foi homenageada durante a 21a Bienal Internacional de São Paulo. Foram dois espetáculos, um infantil, com pelo menos cem crianças, e outro profissional, que aconteceram ao ar livre na instalação Slice of Earth de Denise Milan. Este evento foi concebido e organizado por Maria Mommensohn, Daraína (Tuca) Pregnolato, Renata Macedo Soares e Solange Arruda."

Vale a pena pesquisar, conhecer, saber mais sobre Dona Maria.

Aqui o link para assistir ao documentário: http://vimeo.com/26485159